Acorda, toma leite,
veste roupa, escova os dentes, pega a mochila e sai.
Pega o ônibus,
escuta música, começa o dia.
Faculdade,
realidades, filosofia, monotonia.
Academia, que
agonia, hoje é o dia.
Gente bonita, mas
fria, esquisita.
Sai, vai pro ponto,
vê os crushes, pega o ônibus.
As vezes senta,
cochila.
As vezes em pé,
equilibra.
Chega no prédio, se
veste de tédio.
Cumprimenta aqui,
ali.
Mas não queria estar
ali.
Passa da porta, pega
a bandeja, escolhe o lugar, almoça.
Às vezes só, às
vezes alguém sobra.
Volta.
Sobe a escada, liga
o computador, abastece a água.
Esquece o mundo
externo e fica ali.
Em um mundo que não
é pra si.
Faz os processos,
ajuda, colabora, sorri e às vezes chora (por dentro).
Conversa, ri, dança
e tenta não cair.
17h30 vai ver o por
do sol, o mais bonito que já viu nessa região.
18h vai embora,
desce o morrão.
Chega no ponto,
espera o busão.
Vem lotado, mas e o
cansaço?
Será que não vem
outro não?
Espera, demora
Vem outro cheio e
pega.
Vai em pé na estrada
que não tem reta.
Observa se as
pessoas estão felizes,
Mas no fim do dia,
quem vai estar?
Passa por Nova Lima,
alguns descem.
Finalmente senta.
Coloca uma música
calma e cochila até chegar.
Desce de fone e
atravessa a cidade
Pra não ouvir a
maldade
Que ali está a propagar.
E vê, as mesmas
pessoas pelas ruas
Será que elas se
observam quando estão nuas?
Chega em casa,
janta, vê novela e Jornal Nacional
Sobe pro quarto,
pega o notebook e procura algo racional.
Ia dormir cedo mas se
distrai e esquece.
Entardece.
São 00h e ia dormir
às dez.
Pensa: amanhã começa
tudo outra vez.
Fica com preguiça,
nada te inspira
É só questão de
tempo.
Tempo que não passa.
A noite passa e a
rotina volta.
Acorda.