quarta-feira, 24 de maio de 2017

Acorda.

Acorda, toma leite, veste roupa, escova os dentes, pega a mochila e sai.
Pega o ônibus, escuta música, começa o dia.
Faculdade, realidades, filosofia, monotonia.
Academia, que agonia, hoje é o dia.
Gente bonita, mas fria, esquisita.
Sai, vai pro ponto, vê os crushes, pega o ônibus.
As vezes senta, cochila.
As vezes em pé, equilibra.
Chega no prédio, se veste de tédio.
Cumprimenta aqui, ali.
Mas não queria estar ali.
Passa da porta, pega a bandeja, escolhe o lugar, almoça.
Às vezes só, às vezes alguém sobra.
Volta.
Sobe a escada, liga o computador, abastece a água.
Esquece o mundo externo e fica ali.
Em um mundo que não é pra si.
Faz os processos, ajuda, colabora, sorri e às vezes chora (por dentro).
Conversa, ri, dança e tenta não cair.
17h30 vai ver o por do sol, o mais bonito que já viu nessa região.
18h vai embora, desce o morrão.
Chega no ponto, espera o busão.
Vem lotado, mas e o cansaço?
Será que não vem outro não?
Espera, demora
Vem outro cheio e pega.
Vai em pé na estrada que não tem reta.
Observa se as pessoas estão felizes,
Mas no fim do dia, quem vai estar?
Passa por Nova Lima, alguns descem.
Finalmente senta.
Coloca uma música calma e cochila até chegar.
Desce de fone e atravessa a cidade
Pra não ouvir a maldade
Que ali está a propagar.
E vê, as mesmas pessoas pelas ruas
Será que elas se observam quando estão nuas?
Chega em casa, janta, vê novela e Jornal Nacional
Sobe pro quarto, pega o notebook e procura algo racional.
Ia dormir cedo mas se distrai e esquece.
Entardece.
São 00h e ia dormir às dez.
Pensa: amanhã começa tudo outra vez.
Fica com preguiça, nada te inspira
É só questão de tempo.
Tempo que não passa.
A noite passa e a rotina volta.

Acorda.

sábado, 5 de abril de 2014

Vista.

          Talvez o importante seja mesmo fazer algo de importante para alguém que não se importa conosco, porque, algumas vezes quando fazemos para quem diz que se importa, podem nos causar ferimentos, mesmo não sendo tão graves, mas deixam as cicatrizes. E estas ficam marcadas no nosso corpo para estarmos sempre lembrando do que aconteceu e aprendermos para que o ato não se repita.              
           É triste não ser consolado por quem importamos quando mais precisamos, pensamos: se fosse eu em seu lugar iria atrás, perguntaria se esta precisando de ajuda e tentaria anima-lo de todas as formas extrovertidas possíveis. É triste perceber que a recíproca não é verdadeira, que ali, só se vê um único lado, um lado que não move um palito de fósforo para tentar acender o fogo e ver que, o que está em volta, é o que realmente deveria lhe ser importante. É triste quando você planeja mundos infinitamente coloridos e coloríveis e só recebe intrigas do ego como retorno.                            
             E quem não se importa? Vai continuar não se importando, mas pelo menos, não nos decepcionamos.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

all star!

   Não quero ter que um dia dizer "resolvi casar", e essa frase vir acompanhada de arrependimento, de tudo o que queria ter feito. Não quero uma vida dependente da minha, mesmo que por acidente. Quero conquistar - e não roubar- cada estrela que apareça, até a cadente, antes que me esqueça.
   Tenho um certo afeto com as pessoas que me rodeiam, mas cada uma resplandece diferente.
Aqui dentro há uma gula de poder ser hóspede de novas constelações, desde que estas sejam um hospício num universo paralelo.Se estiverem alinhadas com o signo que não acredito, sentirei honrada.
   Mas é reconhecido que há algo fora de mim impedindo de ser conduzida pelo maquinista estelar. O impulso se torna minha prisão, resta a mim, resignar-me desta situação.


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

14:23

Chego a ter nós na garganta.
Como se me tirassem a manta.
Nós de confusão.
Que já não são mais por atração.

Conclui que a insanidade é um feitiço.
Adquirida pelos dispostos à viver uma ilusão.
Ilusão de liberdade no cortiço.
E desmonta a mente no ponto de fusão.

Vê lá que é da vida se prender.
O horizonte parece espairecer.
Faz pensar, lembrar e esquecer.
O que pode enlouquecer.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Sob pressão, de pressão.

Sabe quando você quer desistir de tudo?
Mudar as amizades,
Descobrir novos ares,
Mudar de escola,
Não tirar o coelho da cartola.
Sei lá, gerar discordia!

Pra que fingir que tá tudo bem?
Se isso já não me deixa mais zen?
Talvez a pressa,
Que compressa com cautela

Sabe quando você quer desistir de tudo?
Pular o muro
Talvez não seja seguro
Pro meu ciúme imaturo.

Sabe quando você quer desistir de tudo?
Discordar do mundo
Sair dando bicudo
Parar de respirar por infinitos segundos.

Quando penso em desistir
A alma afasta e o ego controla
Controla essa bola confusa que tá na caixola
Esquece a solidariedade e abre pro egoísmo.
Mas que cinismo!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Bloco de ferro.

Ô trocadora!
Fala pro motorista que eu fiz um texto pra ele, mas o bloco de notas do meu celular não salvou! :(
E que enquanto ele dava ré pra estacionar o ônibus na rodoviária eu estava inspirada.
Sai pela rua cabisbaixa digitando no celular que nem uma louca.
Mas que quando cheguei na praça, tive que parar pra atravessar a rua, e esqueci de salvar.
Fala pra ele, que não era nada demais, era só o que eu percebi naqueles minutos em que desci do onibus.
E que eu sei que por causa das reformas na MG-30, ele não tem culpa nenhuma em me fazer descer o morro do Bicame quase correndo e ficar puta quando ele atrasa aqueles benditos 5 minutos, ou mais, dependendo do dia.
Pergunta, se ele percebeu que eu costumo sentar no mesmo lugar "altinho" do lado direito todos os dias, e que quando tem gente sentada lá, nãome contento em sentar nos baixos mesmo.
Fala pra ele que, mesmo nessa monotonia que tenho de sentar no mesmo lugar, reparo todo o cenário que ele percorre. Dentre às lojas até os papeis de bala no chão.
E que, mesmo estando com fone de ouvido todos os dias, ainda consigo escutar o funk que a galera do fundo coloca. E sei que não adianta fazer cara feia porquê eles nunca desconfiam.
(Mas geralmente, isso acontece nas sextas-feiras no ônibus das 20:40.)
E fala pra ele que eu já decorei onde as pessoas que estão no onibus todos os dias descem, e as que entram também.
E por fim, me desculpe pela minha cara fechada, trocadora.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Correspondência

Imagens, musicas e cheiros.
Aparecem como receios
Recordando com cuidado
Daquele lugar mágico, estrelado

No topo da cidade,
Descarnavalizou a atrocidade
Diante a positividade
Que emana a naturalidade.

As formigas presenciaram
Tamanha sinceridade
As estrelas iluminaram
O palco improvisado
Pela diferença de idade.